Obstáculos humorais à infecção

Como já foi demonstrado, as barreiras anatômicas são bastante eficazes na prevenção da colonização de tecidos por patógenos. Porém, quando há alguma injúria aos tecidos, elas são rompidas e a infecção pode ocorrer.

Tendo ultrapassado os tecidos, os agentes infecciosos põem à prova outro mecanismo inato de defesa: a inflamação aguda, sobre a qual falaremos mais especificamente nas próximas semanas. Sendo assim, fatores humorais possuem um papel essencial na inflamação, a qual é caracterizada por edema e o recrutamento de células fagocitárias, principalmente.

Tais fatores constituem o tema de hoje; são encontrados no soro ou são formados no local da infecção, dentre os quais, os principais são citados a seguir:
  
Sistema complemento: Trata-se do mecanismo principal de defesa inata humoral. Após estimulado, pode prover o aumento da permeabilidade vascular, o recrutamento de células fagocitárias, a opsonização e a lise de patógenos. Será abordado mais profundamente em post à parte.

                            
Sistema de coagulação: Será ativado dependendo da gravidade da lesão ocasionada no tecido. Bem como o sistema do complemento, poderá haver contribuição para a permeabilidade vascular e quimiotaxia para mais células fagocitárias devido a alguns produtos próprios. Sem mencionar que alguns de seus produtos são antimicrobianos por si mesmos: a beta-lisina, por exemplo, é uma proteína sintetizada pelas plaquetas durante a coagulação, e pode lisar muitas bactérias Gram-positivas ao agir como detergente catiônico.



 Lactoferrina e transferrina: Através de sua ligação ao ferro – nutriente indispensável a bactérias -, tais proteínas limitam o crescimento bacteriano.


Interferons: Proteínas limitadoras da replicação de vírus nas células.


 Lisozima: Degradação de parede celular bacteriana.


 Interleucina-1: Induz febre e realiza produção de proteínas de fase aguda, sendo umas delas antimicrobianos, já que podem opsonizar patógenos.

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